A Nostalgia

Já percebemos que quanto a tiques não nos entendemos. O mesmo se passa em relação aos espanhois e à quantidade de massa que têm para gastar em tudo quanto querem. O que me faz pensar nos tempos da minha meninice. Sábado de manhã, eu, o mano e os meus pais, e ás vezes um casal amigo com os filhos, íamos a Vigo. Lembro-me daquela fronteira cheia de camiões e de ir a uma casa ranhosa a 50 metros da fronteira trocar escudos por pesetas. A seguir tudo era novo. Desapareciam os carros e apareciam os Renault 7 (siete). Um chasso que só existiu aqui na vizinha Espanha. Também me lembro do Renaul Fuego, um desportivo de arregalar os olhos. 3 horas depois estavamos no El Corte Ingles. Aquilo é que era... Mais barato que nos ciganos! Ao fim do dia íamos comer um combinado, jogava-se naquelas slots rafeiras do restaurante e depois bora pra Portugal. Antes da fronteira parava-se em Tui e comprava-se um monte de chocolates foleiros com 200 pesetas que estavam a sobrar. A seguir metiamo-nos no carro, já a raspar no chão e passava-se a fronteira. Demorava um bocadinho porque os guardas fingiam que estavam a ser competentes e por isso, a cada 10 carros, abriam a mala a um e implicavam. Normalmente, uma puseta maior, dentro do passaporte, resolvia o problema. Doces velhos tempos...