Um grupo de gaijos faz uma jantarada de vez em quando. De que se fala no JOG?

terça-feira, setembro 05, 2006

Challange the Boundaries of the legal

Volume de construção máximo + regulamento de insolação urbana = a forma arquitectónica. Neste caso ha umas certas nuances mais mas é uma fórmula porreira de simplificar a vida de um gaijo. É uma das "trends" por cá.

46 comentários:

morpau disse...

tem as cores do FC Basel, aposto que é pra dar graxa ao careca.

AM disse...

São estas merdas que me irritam... e porque é que não inventam um software com todas as “variantes”?
O cliente introduzia a moedinha na ranhura, e projecto saia (pronto) do outro lado… sempre se evitava o sofrimento da… “criação”.
E merda de Arquitectos, cheios de truques baratos, "pseudo-cientificos", à maneira dos piores discursos sobre a "ciência" da arquitectura, produzidos ao longo do século XX, servidos (requentados), aos ignorantes...
Bosta-trend!

corto disse...

este rapaz (o ressabiado) acabou de perder toda a credibilidade.

corto disse...

uma trend é uma cena joney man.

morpau disse...

pessoal, o intruja vive numa realidade (arquitectónica) diferente da nossa. tem as suas ideias, as suas referências, mas nao deixa de ser um gajo aberto e interessado. Eu tb já me tenho picado com ele, no nosso e no blog dele, o suficiente pra saber que o gaijo curte largo os nossos jogs e tem uma maneira própria de provocar o pessoal. temos q saber encaixar uma crítica pq vai ser a história da nossa vida. abraços

morpau disse...

mas já agora, pra responder, fica sabendo intruja que há uma tese de doutoramento feita por um português nos EUA que consistiu em criar um software capaz de conceber tipologias do bairro da malagueira. o cliente dizia qtos quartos queria, etc, 'metia a moeda', e o programa pegava nas regras que AS concebera e fazia o projecto. Confrontado com os resultados, nem o próprio AS soube reconhecer quais ele próprio criara e quais foram geradas pelo computador. Isto ouvi eu da boca de Álvaro Joaquim de Melo Siza Vieira em pessoa.

Unknown disse...

Não há nada como o lapinhos.... :D

pedro_bdea disse...

tb acho. lapinhos e roda de oleiro pra fazer as maquetes

morpau disse...

acho q tamos a falar de coisas diferentes. o q o corto postou foi um método de fazer projecto ('Volume de construção máximo + regulamento de insolação urbana = a forma arquitectónica'). Se isso dps é desenhado a tinta da china ou com minas 2B nao importa para o caso. o computador é uma ferramenta que facilita o processo, mas nao é indispensável.

morpau disse...

bem, a minha 'trend' nao tem nada a ver com tecnologias digitais mas respeito q seja a tua joney. para mim o interesse deste método é pensar um edifício como um volume e nao como um desenho. o objectivo é construir e a realidade física é muito importante durante o próprio método de trabalho, as maquetes por exemplo, a realidade virtual permite definir com precisao porque usa a geometria. acho COMPLETAMENTE errada a ideia de que a arquitectura de HdeM é baseada no poder das tecnologias digitais.

bullinuts disse...

a questao parece-me ter passado um bocado ao lado do tema, a 'trend' de que o corto fala não é proposta como uma substituição para o processo criativo mas sim como a introdução de uma nova coordenada para o processo criativo. ou seja, nao se trata de através de uma formula miraculosa obter uma resposta 100% correcta e infalivel para um problema mas sim de através de um processo racional quase matemático perceber qual a forma de melhor atingir um objectivo exponienciando neste caso o aproveitamento volumetrico do edificio ao seu máximo. uma solução semelhante ao que os designers usam na produção de, por exemplo, embalagens de perfume, sabendo que tem um volume liquido definido, manipulam-o com o intuito de parecer por exemplo mais 'volumoso' do que de facto e. o volume construído passa a ser encarado com um todo e não apenas como uma planta extrudida. o computador é neste caso apenas uma ferramenta que suporta o exercicio racional e não o elemento gerador.

morpau disse...

tem interesse o q dizes em relaçao aos perfumes pq o careca adora perfumes e, na entrevista publicada na recente 'El Croquis', diz q tem o 'sonho' de um dia fazer um perfume. pelo menos as embalagens já as anda a fazer...

morpau disse...

muito bem dizido.

bullinuts disse...

pareceu-me um bocado rendundante, embora perceba a intenção. o cerebro é por um lado bem mais do q uma ferramenta, e por outro bem menos. a capacidade de decisão nao está englobada nas qualidades de uma ferramenta. o computador é apenas uma ferramenta, tal como um martelo ou um alicate, segue as tuas ordens, ou melhor as ordens geradas pelo teu cerebro.

Unknown disse...

Não há nada mais empolgante que uma folha de papel em branco...o resto é "risco digital" ;D

corto disse...

Críticas são bem vindas mas é preciso saber do que se está a falar.
Existe já um perfume HdeM e posso dizer que cheira a cão molhado.
Mas só pelo facto de existir quer dizer que o dicurso que o careca tem montado é dos mais complexos e já vai bem mais à frente que o do papel e lápis.
Este é só um tema entre os de mais.

AM disse...

Corto:
"este rapaz (o ressabiado) acabou de perder toda a credibilidade"
Argumentar porquê, está fora de questão, não?
Pijama:
"realidade diferente da nossa"
Gostei :)
Quanto ao software, "tipo Siza", já tínhamos o Adalberto, etc... :), mas sempre se evita a clonagem :)
Duchamp
"roda de oleiro" LOL
(mas prefiro as maquetas em madeira do Moneo…)
Bulli
"nao se trata de através de uma formula miraculosa obter uma resposta 100% correcta e infalível para um problema"
Não sei a "percentagem", mas o que me parece e pelo que é dito na posta, anda lá muito perto... ou será que não se trata de gerar (obter) a forma por recurso a critérios “externos" ao (desenho) desejo, dos seus autores, fosse ele qual fosse, e com base em critérios supostamente “objectivos”, previamente definidos (por quem?) e acriticamente aceites?
Perfume de merda, aqui:
http://odesproposito.blogspot.com/2006/01/merda-cheira-mal.html

pedro_bdea disse...

Batemos um recorde! 25 posts. Para quem me conhece melhor, não é novidade nenhuma que sou verdadeiramente fascinado por matemática e computadores. E é por isso que não posso deixar de atirar a minha posta de pescada. Esta discussão que estamos agora a ter - computador-ferramenta ou computador-processo criativo - tem no mínimo 30 anos, ou mais ou menos por essa data já o Cristopher Alexander escrevia sobre o tema. A mim dá-me gozo saber tirar partido do computador mas ele em si não passa de uma ferramenta. Aliás, apesar da evolução contínua que estes sofrem, na sua matriz, não se modifica o fim para que foram inventados - para processarem com extrema rapidez todos os passos redundantes e "estúpidos".
Os computadores como processo criativo são uma falácia. O processo criativo é bem mais complexo e intuitivo do que aquilo que alguma vez um computador poderá dar - maneirismos e variações dentro de processos que por serem tão básicos são possíveis de estruturar e programar. Eu adoro computadores mas "eles" são mesmo burros.

bullinuts disse...

será q o kasparov acha o mesmo do deep blue?

bullinuts disse...

"intuition vs the brute force of calculation"
http://www.cnn.com/2003/TECH/fun.games/02/08/cnna.kasparov/

morpau disse...

os gaijos que gravavam os desenhos na pedra devem ter-se passado qdo inventaram o lapinhos e papel. (tanto como os que desenhavam com o lapinhos se passaram qdo inventaram o computador). ou nao.

AM disse...

E vão 30 :)
Mas a questão (a minha questão) não têm nada a ver com o papel ou com o computador, como "suporte", ou (no futuro) com a transmissão de pensamento... :)
O que me irritou foi a "equação" A+B=C, exposta na posta.
Em arquitectura "C", não será NUNCA, apenas a soma de dois ou (muitos) mais parâmetros…
Voltámos ao Gropius?

pedro_bdea disse...

O exemplo do Deep Blue até veio ajudar a dar uma perspectiva à discussão! Diz a Wikipedia que "Os programas como o Shredder, Fritz, Deep Blue, etc.- já são mais fortes que os melhores jogadores, até quando usadas num computador convencional. Mas é importante lembrar que o método empregado pelos programas é diferente do método dos grandes mestres: o programa basicamente só cálcula a posição do tabuleiro atrás de cada combinação de movimentos legais e assim movimenta-se, enquanto um mestre se movimenta seguindo a sua intuição e estratégia."
O xadrez é um jogo com um número de jogadas limitado, e é (só) por isso que pode vencer um humano.

ps o Kasparov ganhou ao Deep Blue. Em seis jogos, três vitórias e dois empates.

Unknown disse...

Não digo que o careca nao vá á frente, mas reparem no Eisenman... desde as primeiras casinhas copiadas do Terragni, meteu-se nos computs e o resultado? Umas teorias maradas sobre processos de transformação formal, em que a arquitectura transmite a mutação dos volumes iniciais.
Muito giro mas a pergunta é, qual é a piada? Pegando no Deep Blue vs Kasparov, e na questão do erro humano, é que a intuição humana só entra em jogo após determinado tempo, e é esse tempo que nos é roubado quando as soluções se geram o computador.
Na minha opinão, o "erro" na arquitectura é parte essencial da poética do construído.

Como diziam do Mr.Anderson:"Only human" ;)

bullinuts disse...

em 1997 o deep blue ganhou ao kasparov.
"A milestone in computing history was achieved with Deep Blue's triumphant 3.5 - 2.5 match victory against the World Chess Champion, Garry Kasparov"

Anónimo disse...

balelas, essa do erro na arquitectura ser parte essencial da arquitectura é o mesmo q dizeres q gostas mto da tua namorada tal como ela é, mas se ele metesse umas mamas de silicone, endireitasse o nariz, fizesse um lipo, uma pitada de botox e ficasse igualzinha à angelina jolie gostavas mto mais.

morpau disse...

balelas?? ja entram mouros nos nossos jantares?

Unknown disse...

Anónimo, não me estava a referir ao erro como negação do óptimo e da perfeição, tal como se entende na generalidade, mas sim de permitir inserir o factor tempo, o tempo humano, no projecto.

Aposto que se o Kasparov, jogasse aos arquitectos, ganhava 100 em 100 jogos ao computas. Isto porque o computador só faz aquilo para que está programado, ora arquitectura é muito mais que um programa, é também, como diz o ESM, a invenção de problemas.

P.S. Claro que isto tudo não implica que um instrumento como aquele que o Corto escarrapachou aqui é não seja muito útil.

corto disse...

Ha aqui gente a contradizer-se. A fórmula forma=função já não é válida? Não será a boa insolaçâo uma das principais funções de uma torre urbana?
Acho q os computadores não para aqui chamados, ninguém com dois dedos de testa pode dizer que eles nos podem substituir (actualmente).

AM disse...

corto
"A formula forma=função já não é valida?"
Nunca foi...

corto disse...

"A função é tudo porque a função pode ser tudo".
Não ha nada melhor do que a simplicidade.
Acho que este intruja é o Manuel Mendes disfarçado.. tantas complicações e no fundo é só ressabianço..
vamos mas é aos finos

AM disse...

corto
Não, sou o mesmo o António Machado, disfarçado de "odesproposito"

corto disse...

Desculpa lá, não sabia quem eras.. Agora está tudo claro.
Saludos.

pedro_bdea disse...

dasse, ia tendo um treco a pensar no am com óculos, camisa de flanela aos quadrados e sapatos de criquete!

AM disse...

LOL
isso está na moda? :)
a "figura" aproxima-se de um porco suado e semi-nu ao computador :)

corto disse...

dasse

Anónimo disse...

Corto:
Só para alimentar um pouco mais (como se já não bastasse): na torre urbana e especialmente na torre urbana, forma não é igual a função. E a insulação também pouco tem a ver com a torre urbana. Desde Delirious New York que ficou clara a rotura do que se passa no interior e exterior do edificio dada a complexidade e organicidade do programa que a torre suporta. Para dar um exemplo, como é que se dá forma a um programa que contém partições públicas, comerciais, laborais, hoteleiras, culturais e de lazer numa única torre? Sem esquecer que cada uma destas unidades a alojar têm acessores com exigências muito precisas de como utilizar e dar forma ao espaço. A forma deixa de ser a função mas sim uma concordância de funções, o que normalmente resulta na maioria dos casos numa inexpressividade e simplificação da forma.
Quanto à luz, desde meados dos 60, através dos avanços técnicos e das práticas de Chicago, surgiu um tipo de espaço associado aos escritórios que se definiu como "Burolandschaft" (escritório-paisagem). É um espaço definido pela isotropia energética de um tecto equipado, ou seja, o tecto inclui redes reguláveis por zonas de ar e luz (artificial). Isto permitiu aumentar a profundidade dos edificios até 50m, ou seja, quando é possivel "habitar" a uma distância de 25m da fachada, o papel da insulação vai no batalha.
Isto referindo-me unicamente ao caso das torres, claro que noutras tipologias não se verifica.
(só me limitei a descarregar literatriçes, nunca fui aos EUA nem sei bem se sou adepto disto)

corto disse...

ó Sr professor anónimo, aqui não falava do ponto de vista do arquitecto mas do ponto de vista do urbanista. é comum não se olhar por esse ponto de vista sequer, principalmente em chicago.. deves concordar que a rua perdeu muito para o edifício aí.Insolação não é a mesma coisa que iluminação e é muito importante para o bom funcionamento de uma cidade.
Parece-me que é uma maisvalia aplicar esta lógica (que é no fundo uma função) directamente á forma e não uma simples extrusão do lote precisamente para evitar essa rotura de que falavas tu. O que se passa no interior é outra estória, já que para mim na tipologia de torre o paradigma do programa e forma pouco se aplica (apenas como propósito para devaneios formalistas como na biblioteca de Seatle por ex.)
No entanto tudo o que disse foi muito extremamente interessante.
cumprimentos

Anónimo disse...

Arquitectura e urbanismo... já te ocorreu que em NY, as decisões do foro urbanistico se fazem pela arquitectura? o que é que um urbanista pode fazer em NY, hoje? Uma praça? Uma rua? As novas praças estão dentro dos edificios, e os grandes programas articulam-se e renovam-se precisamente na extrusão do lote (mecanismo do capitalismo selvagem).A cidade passa-se dentro das torres não cá fora. Há mais quilómetros de elevadores do que de ruas. A intensidade urbana vive-se na secção da torre(arquitectura). As ruas? São só para europeu ver... O sol está lá em cima.

cumprimentos

corto disse...

Precisamente.

corto disse...

caralho, ninguém percebeu um caralho.
O problema não é a insolação da torre em si porque isso numa torre não é problema (não ha nada mais exposto!) mas é a sombra que estes bichos projectam.

Anónimo disse...

oh, pá eu só estava a ver se isto ficava pelos 50!! Olha, agora temos que ir aos 60!!

Pois tens razão em relação à sombra que projectam e de facto estamos a falar da torre urbana num contexto europeu o que é muito diferente de um contexto americano como NY. Acho que numa cidade como NY o problema da insulação e consequente sombra (função) seja bastante diferente e muito mais relativo do que numa cidade Suiça como Basileia (p.ex.) Provavelmente até o mais importante da torre europeia seja a sua relação com a paisagem visto ser um elemento urbano de exclusividade com um raio de impacto visual de de imagem de ciade muito alargado.
De facto a torre europeia reveste-se de funções (que não têm a ver com os usos ou programas) mas com relações de envolvente um tanto complexas.

morpau disse...

sr teórico sem rosto: na minha humilde opiniao, está a falar demasiado de NY sem nunca ter lá posto os pés. Nao que isso tenha algum mal, mas de facto se lá tivesse ido ia perceber que a cidade... sim, passa-se nas ruas. Isso dos km de elevadores é teoria sem interesse prático na vida da cidade, a nao ser que esses elevadores tenham lojas, cafés, lixo, beatas, sabe-se lá mais o quê.

Anónimo disse...

Sr. pijama, claro que era só uma indicação em relação aos elevadores, porque de facto o que interessa aqui é a quantidade de espaço privado de uso público, onde de facto não há beatas nem lixo, mas há certamente cafés, e lojas... Esta ideia de espaço público que se está a cristalizar no interior e não no exterior, vincula-se ao modelo espacial do panóptico de Bentham, não permite beatas no chão e o lixo é limpo todos os dias, "as you recover from junkspace, junkspace recovers from you" RK.
Claro que há lojas e cafés na rua, não sei se há esplanadas e bancos, nunca lá fui, mas sei que os há no interior. Ainda assim, onde percebo maior sentido de "público" no exterior será mais em elementos como o Central Park, óbviamente, e o Times Square onde desempenha a sua função tradicional representativa e simbolica da cidade. Curioso é o facto dos atentados terroristas do 11 de Setembro terem atacado um simbolo colectivo tão forte, da cidade e do mundo ocidental, que não é do dominio público...

morpau disse...

nao conheço o 'modelo panóptico de Bentham', mas conheço NY. a cidade parece mais repetitiva e infinita do alto do que 'ao nível do observador'. falando de manhattan, é muito forte o ambiente de bairro, desde o soho ao meat packing district, de greenwich village a Tribeca. Se me disser que HK tem ruas peatonais elevadas, separadas do tráfico automóvel, que intersectam os edifícios e criam praças com comércio e tudo o mais, concordo com a sua opiniao. mas NY é uma cidade tradicional, aconselho o filme 'manhattan' de woody allen para que tenha uma ideia mais 'real' e menos 'ideal' da cidade, isto se nao for possível visitar a cidade, a melhor experiência de todas. abraços

Anónimo disse...

Contra factos não há argumentos, concordo que a melhor maneira de conhecer NY será uma visita à cidade, mas estou certo que mesmo depois da visita teremos interpretações bastante diferentes, assim como diferentes personagens vêm de maneira diferente a cidade (Rem Koolhaas/Woody Allen).
abraço